HISTÓRIA DO CINEMA - 31/08/2020


Se o cinema é a sétima arte, quais são as outras?


São a música, a dança, a pintura, a escultura, a arquitetura e a poesia. Essa definição começou a tomar forma na Europa durante o século 18, quando surgiu o conceito de belas-artes – artes preocupadas com a criação do belo, sem utilidade prática a não ser representar a própria beleza. 



No final do século 19, o cinema foi inventado pelos irmãos Auguste e Louis Lumière e, logo, os críticos passaram a considerá-lo um tipo mais recente de arte. No século 20, Ricciotto Canudo, intelectual italiano radicado na França, escreveu o Manifesto das Sete Artes. “Nele, Canudo define o cinema como a sétima arte por ser a arte plástica em movimento, aquela que consegue congregar todas as outras em uma só”, diz Ana Maria Giannasi, professora do curso de audiovisual do Senac São Paulo. 

Curiosidade: Extraoficialmente, outras artes também recebem numeração, como a fotografia (oitava), os quadrinhos (nona) e os games (décima). 


A História do Cinema é muito maior e mais complexa do que podemos imaginar, além do mais está em constante mudança devido as novidades e as novas tecnologias. Entretanto, sabemos que a sétima arte passou por períodos, décadas, movimentos, gêneros e subgêneros que marcaram para sempre e que continuam influenciando tudo o que acontece nas telonas até hoje. 

Pensando nisso, essa eletiva vai ajudar a divulgar todos esses cânones da arte cinematográfica, criando assim textos que vão tentar traduzir para vocês de forma simples e didática o que foram os principais acontecimentos dentro do cinema, as mudanças e os movimentos que mais marcaram e influenciaram tudo o que conhecemos hoje. 

Georges Méliès 

Marie-Georges-Jean-Méliès ou se preferir, apenas Georges Méliès, foi, é e sempre será um dos principais nomes quando o assunto é a sétima arte. Foi ele quem trouxe a magia e a beleza às telas do cinema. Uma das principais características de suas mais de 500 obras foi, sem dúvidas, o ilusionismo. 

Méliès é um nome extremamente importante para o cinema, não podemos negar, mas muitas vezes acaba por ofuscar uma mulher que contribuiu tanto quanto – ou até mais – para a história da sétima arte: Alice Guy Blaché, francesa pioneira em trazer a narrativa para o cinema. 

Méliès nasceu na França em 1861 e ganhou fama como ilusionista na sua cidade natal, Paris, e assim assumiu o comando do Théâtre Robert-Houdin. A partir de 1895, começou a fazer filmagens no estilo dos pioneiros do cinema – Irmãos Lumière – até descobrir o potencial da câmera para a magia do ilusionismo. Com simples cortes nos rolos das filmagens, ele basicamente inventou os efeitos especiais e seus primeiros filmes eram básicas demonstrações de truques como desaparecimento de objetos ou transformações dos mesmos. 

Com o passar do tempo, o mestre do ilusionismo começou a se dedicar mais às produções, construindo cenários mais elaborados e roteiros mais eficazes. Foi o primeiro cineasta a usar desenhos de produção e storyboards para planejar suas cenas, além disso, descobriu a técnica do stop-motion para dar movimento a objetos inanimados. Sua obra de maior sucesso, sem dúvidas, foi o épico Viagem à Lua, de 1902. 

Viagem à Lua – 1902 

Esse filme de quase 14 minutos, não é só o mais conhecido, mas também o mais bem-sucedido e mais imitado filme do mestre. Sem ele, dificilmente teríamos Flash Gordon (1936), Destino à Lua (1950), 2001: Uma odisseia no espaço (1968) e até Star Wars (1977). Com referências tiradas do clássico da literatura “Da Terra à Lua” de Júlio Verne, o filme de Georges Méliès nos apresenta uma expedição até a Lua, a qual é sugerida por homens que mais parecem feiticeiros e possui uma das cenas mais marcantes de toda a história do cinema, que é quando a nave cheia de tripulantes pousa no olho da lua. Hoje em dia, parece bobo discutir e falar sobre uma cena ou até um filme desses, mas se pararmos para pensar na época, é algo que revolucionou tudo o que conheciam até então, foi literalmente um marco para a sétima arte.






Além de Viagem à Lua, Méliès realizou centenas de outros filmes, entre eles, vale destacar The Infernal Cauldron (1903), The Impossible Voyage (1904), The Living Playing Cards (1905), The Hilarious Posters (1906) e The Devilish Tenant (1909).



“Les Cartes vivantes” The Living Playing Cards (1905)




Falido e afastado do cinema por não conseguir acompanhar a evolução dessa arte, Méliès foi aclamado pelos surrealistas como mestre e conquistou reconhecimento nacional em 1931, quando recebeu a Legião de Honra. 

A Invenção de Hugo Cabret – 2011

Neste momento, é impossível não citar uma das maiores homenagens ao cinema feita por um filme, o qual mostra toda a história e essência de Georges Méliès. “Hugo” (2011), dirigido pelo grande mestre Martin Scorsese é um longa que venceu diversas categorias do Oscar, mas não é só isso, ele resume o início do cinema em um filme tão fantástico como a própria sétima arte é. 

O mais interessante é que isso não é destacado durante a história, se você não conhece muito bem sobre os Irmãos Lumière ou George Méliès, talvez não entenda a verdadeira essência dessa obra. Mas caso ainda não tenha assistido, fica aqui uma enorme consideração. O eterno mestre do ilusionismo no cinema é vivido com grande afinco pelo ator Ben Kingsley.


A Invenção de Hugo Cabret (2011)


ATIVIDADES

1-


2- De acordo com as imagens abaixo responda:
a) Qual foi o maior artista do cinema mudo?

b) Cite dois filmes de comédia que tiveram grande sucesso nas primeiras décadas do cinema.

c) As duas primeiras imagens foram as primeiras formas que os inventores encontraram para dar ________ às imagens.



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